Afrontou novamente o MPE
Quanta sensação de impunidade. Mesmo cassado três vezes pela Justiça roraimense, o governador do Estado, Antônio Denarium, mais uma vez, com “rei na barriga”, afrontou o Ministério Público Eleitoral (MPE) e retornou de helicóptero ao Uiramutã, na manhã da última quarta-feira, dia 25, para fazer campanha política aberta e pedir votos ao seu candidato a prefeito.
Ignorou a recomendação
No dia 17 de setembro passado, o MPE já havia recomendado ao governador, seu vice e secretários que não promovessem, nem apoiassem candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores nas eleições municipais de Amajari, Pacaraima e Uiramutã. Foi mesmo que nada. Denarium veio, fez campanha, prometeu mundos e fundos, pediu votos e ainda mentiu pra dedéu. Agora, vossa excelência pode (e vai) responder a mais uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral – AIJE.
Discurso mentiroso
Em várias comunidades indígenas, o governador usou um discurso recheado de mentiras. Entre outras inverdades, vossa excelência falou que a atual gestão municipal havia perdido milhões de Brasília por falta de projetos ou de interesse. Balela. Os únicos milhões que Benísio perdeu foram os alocados pela então deputada federal Joênia Wapichana. O dinheiro ficou há anos à disposição do governo do Estado, mas Denarium SIM não teve interesse em utilizá-lo para beneficiar o povo do Uiramutã.
Grande repercussão
A afronta ao MPE, em especial ao promotor eleitoral Felipe Hellu Macedo – quem fez a recomendação ao governador – logo ganhou repercussão em todo o Estado e chegou até em Brasília, segundo fontes, onde Denarium voltará a ser julgado em novembro pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
É bom lembrar
A Corte superior em Brasília sabe muito bem que seu Antônio, ainda “surfando na onda Bolsonaro”, bateu no peito anos atrás e afirmou: “em Roraima, o PT está erradicado”. Então é bom lembrar, governador, que nas últimas eleições, Uiramutã foi o único município de Roraima que deu vitória a Luís Inácio Lula da Silva, o mesmo que homologou a terra indígena Raposa Serra do Sol.
É bom lembrar II
Se Uiramutã precisa financeiramente do governo do Estado, que atualmente só repassa ICMS e FPM – porque a lei o abriga – Roraima e todos os seus municípios precisam mais do que nunca do governo Federal. E ontem e hoje, é bom lembrar, Lula sempre apoiou os indígenas do Brasil, em especial os do Uiramutã, muito diferente de Denarium e Bolsonaro.
Por que o governador voltou?
A pergunta que o povo faz: o que teria motivado o já cassado governador a desafiar mais uma vez o MPE e a Justiça roraimense, voltando ao Uiramutã, mesmo advertido pela recomendação do órgão ministerial? Fontes garantem que a coligação do candidato de Denarium encomendou uma pesquisa eleitoral, mas o resultado foi trágico para eles porque o atual prefeito Benísio, candidato à reeleição, apareceu lá na frente, e isso teria forçado o governador a retornar ao município, na tentativa de reverter os números. Tá explicado, então, o desespero do 12.
Uso da máquina pública
Na comunidade indígena Serra do Sol, o governador anunciou vários “investimentos” e garantiu a chegada de mais de 150 fornos de farinha para serem entregues antes das eleições. Na mesma ocasião, o governador anunciou que os ingarikós da comunidade Nutri, ainda na região da Serra do Sol, já haviam recebido uma patrulha mecanizada. Ou seja, explícita utilização da máquina pública para comprar votos. Vossa excelência não se emenda, mesmo.
A mentira tem pernas curtas
O senador Mecias de Jesus, outro bolsonarista de carteirinha, fez parte da comitiva do governador. Em seu discurso, o “baixinho da Xuxa”, que no governo de Denarium toma conta da CAER, também atacou a atual gestão municipal, alegando que Benísio havia perdido recursos federais por pura incompetência. O dinheiro, segundo Mecias, seria destinado à perfuração de poços artesianos. Outra mentira. Mostra aí então, vossa excelência, a procedência desses contratos?
Explica aí, Mecias
Por falar em Mecias, já que o senador retornou ao município, bem que poderia dar um pulinho nas obras das ruas de paralelepípedo aqui na sede. Afinal, não foi vossa excelência que conseguiu o recurso em Brasília para esta obra e veio aqui fazer festa? Então, explique aí para o povo porque as obras estão paradas, mas não seja covarde e jogue a culpa pra cima da prefeitura. Fale a verdade.
É fácil chegar de helicóptero
Ao ver Denarium pousar no campo do Mojo-Ui, na sede do município, um atento leitor comentou: “chegar ao Uiramutã de helicóptero é fácil. Quero ver vossa excelência pegar a estrada”. Faz sentido. A reclamação é generalizada, principalmente de comerciantes e fretistas, os que mais precisam de uma rodovia pavimentada. É crítica a situação da RR-171, que liga Uiramutã à BR-174, de inteira responsabilidade do governo do Estado (SEINF). Cadê que Denarium manda ajeitar.
Perdeu a oportunidade
Em campanha aberta, ignorando a recomendação do MPE, Denarium visitou várias comunidades indígenas no Uiramutã. Entre elas, a Monte Moriá II, onde na semana passada uma gestora escolar do Estado fez uma belíssima encenação teatral e soltou o verbo pra cima do atual prefeito, cobrando mundos e fundos. Só que agora, a mesma gestora sequer deu as caras para cobrar do governador melhorias para sua escola estadual, que está caindo aos pedaços. Perdeu a oportunidade, poxa vida!
Usou dinheiro público?
O governador Denarium veio ao Uiramutã de helicóptero e por terra vieram mais cinco picapes. Resta saber se foi dinheiro público que bancou a campanha política realizada por vossa excelência aqui no município. Mais um crime eleitoral? Valha-me, Deus!
Máquina Versus “malocão”
Enquanto Denarium e seu candidato voavam de helicóptero pra lá e pra cá, o prefeito Tuxaua Benísio, com toda sua simplicidade, andava pelas comunidades indígenas, mostrando seu trabalho, apresentando propostas e falando a verdade. Dia 6 se aproxima. Que vergonha passarão Denarium, seu candidato e toda a máquina pública, derrotados pela tradicional “política do malocão”. Esperar para ver…
Minha cara, de preocupado…
Depois de fazer a matéria sobre a afronta de Denarium ao MPE e veicular nos maiores jornais de Roraima, este editor passou a receber inúmeras mensagens desaforadas e áudios intimidadores. Eu? “Assim que eu gosto, amostradinho”.
Depois dessa…
Fui!