Em uma ação conjunta com o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo, em São José do Rio Preto, e a Polícia Civil do Estado de São Paulo, a PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), participou da Operação Lobo Mau, e cumpriu um mandado de busca e apreensão em uma casa no bairro Caçari, na ZL da BV City.
De acordo com informações da delegada titular da DPCA, Jaira Farias, a operação, desencadeada nas primeiras horas desta quinta-feira, dia 31, visa desarticular uma rede criminosa de exploração sexual infantil com alcance nacional. Esse tipo de material, conhecido como CSAM (Child Sexual Abuse Material), inclui conteúdos de abuso sexual infantil que são produzidos, armazenados e compartilhados de forma criminosa.
No local, foram apreendidos um notebook, três celulares, três unidades de estado sólido (SSDs) e quatro pendrives. Todo o material foi encaminhado ao ICPDA (Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida) e ao NI (Núcleo de Inteligência) da Polícia Civil de Roraima para análise.
“Caso sejam encontrados elementos comprobatórios de atividades ilícitas, um inquérito será instaurado para dar continuidade às investigações”, informou a delegada.
A ação contou com o apoio técnico de peritos do Instituto de Criminalística e do Núcleo de Inteligência, além de representantes do GAECO, incluindo dois promotores de Justiça.
OPERAÇÃO LOBO MAU – A Operação Lobo Mau, desencadeada em São Paulo, recebeu este nome em referência justamente ao criminoso predador sexual que se esconde atrás de uma fachada de normalidade para se aproximar da vítima, ganhar a confiança dela e depois atacá-la, situação que é potencializada enormemente no ambiente virtual, onde as pessoas não se veem.
A operação Lobo Mau busca combater a produção, armazenamento e compartilhamento de CSAM, em colaboração com agências internacionais, incluindo a HSI (Homeland Security Investigations) e a Embaixada dos Estados Unidos. Esta força-tarefa foi criada entre as instituições com foco no combate à exploração infantil.
O avanço das investigações revelou a existência de um número muito expressivo de criminosos que, dissimulando o fato de serem adultos, entram em contato com as crianças e adolescentes, por meio de variados tipos de plataformas digitais, para induzi-las a produzir conteúdo de nudez, e até mesmo de sexo, com a finalidade de consumir o material produzido e depois distribui-lo em grupos fechados de troca de mensagens, como o Telegram, o Instagram, o Signal e o WhatsApp, inclusive em jogos como o Roblox.
A operação está cumprindo 94 mandados de busca e apreensão e um de prisão em 20 estados da federação e no Distrito Federal, entre eles Roraima, reforçando a importância da atuação coordenada no combate aos crimes de exploração infantil em plataformas digitais e redes sociais.