A informação como você nunca viu

Foto: Amilcar Júnior
merenda serra 1
Equipe da Secretaria de Educação do Uiramutã entregou hoje merenda escolar na região da Serra do Sol
NO UIRAMUTÃ

Escolas municipais da Serra do Sol recebem merenda escolar

Equipes da Semecd enfrentam vários obstáculos na região do município mais difícil de se chegar, mas a missão foi cumprida

A força-tarefa montada pela Secretaria Municipal de Educação, da Prefeitura do Uiramutã, ao Norte de Roraima, entregou hoje, dia 2, merenda escolar, gás de cozinha e materiais de limpeza a nove comunidades indígenas, na longínqua região da Serra do Sol, distante a aproximadamente 76 quilômetros da sede do município.

Passava das cinco 5h da manhã, quando duas equipes da Educação deixaram a sede, em duas picapes carregadas de mantimentos, com a arriscada missão de abastecer as escolas municipais na região do Uiramutã mais perigosa e difícil de se chegar.

Para a executar a difícil tarefa, a Educação municipal enviou, além dos dois motoristas e um co-piloto, a coordenadora de Divisão de Ensino, Janismara Cunha, o coordenador pedagógico Dones dos Santos, responsável pelo Polo Área de Voo (que atende a região da Serra do Sol), um jornalista e o coordenador municipal da Defesa Civil, Julimar Sena, responsável pela segurança de todos, já que a região é geograficamente muito acidentada, cercada por serras e rios.

Primeira parada. No alto da serra da cachoeira da Andorinha, as duas equipes tomaram café, apreciando o lindo nascer do Sol, mas a alguns quilômetros à frente, logo apareceu o primeiro obstáculo: o atoleiro que se forma em tempo de chuva na região conhecida como “Matinha do Pato”; depois, as equipes tiveram que enfrentar uma perigosa subida em uma estrada de barro vermelho. Conseguiram.

Área Única – Obstáculos superados, os integrantes da força-tarefa chegaram, então, à comunidade indígena Área Única, onde fizeram a entrega da merenda escolar ao professor Pantaleão de Souza, que dá aulas a 18 alunos do 1° Período ao 5° Ano, na escola municipal indígena Amooko Peri Ingaricó.

Pipi do Manalai – A segunda entrega da merenda escolar, botija de gás e materiais de limpeza ocorreu na comunidade indígena Pipi do Manalai. Lá, a professora Arlianete Sales é responsável por 20 alunos da escola municipal indígena Maikan Ingaricó.

Pamak – Próxima parada: comunidade indígena Pamak, mas antes, novos obstáculos impostos pela natureza. A estrada sinuosa, estreita, à beira de penhascos e repleta de pedras soltas exigiu habilidade e atenção redobrada dos motoristas da Educação, que superaram mais uma.

Após o coordenador municipal da Defesa Civil, Julimar Sena, melhorar o trecho de subida da estrada, retirando pedras com uma picareta e aterrando buracos, as duas equipes enfim chegaram à escola municipal indígena Romualdo Mecias, onde entregaram merenda escolar e materiais de limpeza.

O coordenador Dones também deixou na Pamak a merenda das escolas que ficam localizadas nas comunidades indígenas do Manalai e Ewendi. De lá, ele passou um rádio avisando aos responsáveis que os itens da Educação já haviam chegado.

Serra do Sol – A arriscada viagem, subindo e descendo serras, continuou até a margem do rio Cotingo, onde a merenda escolar foi atravessada de canoa e depois levada de trator “jerico” até a comunidade indígena Serra do Sol, que tem 40 alunos matriculados na escola municipal indígena Eupurum Isatan.

O coordenador Dones também deixou na comunidade Serra do Sol, a merenda dos 37 alunos da escola municipal indígena Ozeias Ingaricó, na comunidade indígena Mapaé. Julimar, da Defesa Civil, coordenou a perigosa travessia do rio Cotingo. Ele próprio remou a canoa.

Mazaruepai – Em seguida, as equipes da Educação novamente pegaram a estrada e seguiram à escola municipal indígena Ko’ko Makerina Ingaricó, com nove alunos, na comunidade Mazaruepai, a aproximadamente oito quilômetros da comunidade Serra do Sol. Mas antes, no alto de uma serra, os servidores municipais fizeram uma parada para o almoço. Depois, seguiram viagem e entregaram a merenda escolar na Mazaruepai.

Kumapai – Missão quase cumprida, contudo, ainda faltava chegar à distante comunidade indígena de Kumapai. Horas depois, as picapes da Educação, enfim, estacionaram à margem do rio Cotingo e lá foi descarregada a merenda dos 17 alunos da escola municipal indígena Ko’ko Amooko Antônio Ingaricó. Os gêneros alimentícios e de limpeza também foram atravessados de canoa. Passava das 13h. A missão foi cumprida.

 

Coordenador diz que trabalho é gratificante

Responsável pelo Polo Área de Voo, que atende toda a região da Serra do Sol, o coordenador pedagógico Dones dos Santos disse que o trabalho naquela região é dificultoso, mas gratificante.

“Trabalhar aqui nesta região tão longínqua e de difícil acesso é uma tarefa muito difícil, mas vale a pena quando se trata de educação. É gratificante ver nossos alunos estudando e se formando ”, ressaltou Dones.

O coordenador adiantou que até o próximo dia 27 deste mês – esta é a previsão – a Educação municipal enviará merenda escolar para dois meses às escolas da região da Serra do Sol. O abastecimento é para não faltar merenda aos alunos no período das chuvas, quando as estradas da região ficam praticamente intrafegáveis.

 

“É uma experiência muito boa”, afirma coordenadora

A coordenadora de Divisão de Ensino, Janismara Cunha, que é responsável pelo Polo Flexal, disse que acompanhou a entrega da merenda escolar na região da Serra do Sol para adquirir experiência, já que em seu polo não existem tantos obstáculos impostos pela natureza.

“Não enfrentamos esses grandes desafios no meu Polo, por isso quis vivenciar e experimentar o trabalho aqui. Foi muito bom aprender como funciona toda a logística da Educação para abastecer essas escolas tão distantes e quase isoladas em uma região de difícil acesso”, frisou Janismara.

 

Defesa Civil garante segurança

O coordenador municipal da Defesa Civil, Julimar Sena, explicou que seu trabalho foi garantir a segurança das duas equipes durante a entrega da merenda escolar na região geograficamente mais acidentada e perigosa do Uiramutã, cercada por muitas serras altas e rios traiçoeiros.

“Esse é o nosso trabalho: garantir a segurança de todos durante a viagem e o cumprimento da missão. Graças a Deus, tudo ocorreu como o previsto. Fomos e voltamos sem nenhum incidente. Missão dada, é missão cumprida”, ressaltou Julimar.

 

Motoristas são responsáveis pelo sucesso da missão

Os dois motoristas da Educação municipal, James Dutra e Williames Dantas (acompanhado do co-piloto Lucas) também foram responsáveis pelo sucesso da missão. Exímios profissionais do volante, superaram todos os obstáculos com muita responsabilidade e destreza.

Williames trabalha há um ano na Educação, mas já dirige profissionalmente há 25 anos. James começou a trabalhar no Uiramutã em 2009. De 2012 a 2018 foi motorista na Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e há dois anos trabalha na Educação municipal.

Publicidade

Veja também:

Publicidade