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Sem assistência médica, Yanomami pedem saída de Mecias e seu coordenador
RUFANDO TAMBORES

“Mecias, fora!”

Mais de 100 lideranças denunciam maracutaia de senador na contratação de empresa aérea; três curumins já morreram

Vai sobrar pro nanico senador Mecias de Jesus. É que mais de 100 lideranças Yanomami se reuniram nesta sexta-feira, dia 26, com procuradores do MPF de Roraima. Eles denunciam a caótica prestação de serviço na área de saúde.

O atendimento ficou uma bosta, desde quando Mecias mandou contratar uma empresa aérea muito das suas escrotas, pagando R$ 12 milhões. E o resultado não poderia ser outro: começou a faltar médicos, enfermeiros e remédios aos povos Yanomami.

Com isso, em menos de uma semana, sem avião para levar médicos e remédios aos Yanomami, morreram três curumins, subnutridos, com malária e pneumonia. O descaso foi parar até no Fantástico.

A reunião é organizada pelo conselho distrital de saúde Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY), e deve seguir até o domingo, dia 28.

O Ministério da Saúde informou que já enviou este ano mais de R$ 180 milhões para o Dsei-Yanomami, em Roraima, mas os indígenas continuam morrendo, subnutridos, com malária e pneumonia, sem atendimento.

Quem controla o dinheiro federal do Dsei-Y em Roraima é o coordenador Rômulo Pinheiro, indicado pelo senador Mecias de Jesus. Lideranças Yanomami já pediram a saída dele, mas em vão. Os índios alegam que o atendimento médico não chega às comunidades, por isso as mortes.

Em abril passado, só para lembrar, Mecias foi denunciado por interferir no contrato de prestação de serviço de transporte aéreo ao Dsei-Y em Roraima. Assim, o senador assinou e mandou um ofício à Secretaria Executiva de Saúde, em Brasília.

Dias depois, o contrato de quase R$ 12 milhões, com dispensa de licitação, foi firmado entre a Dsei-Y de Roraima e a empresa paraense Piquiatuba Táxi Aéreo. Em contrapartida, a Voare Táxi Aéreo, que prestava o serviço, teve que entrar na Justiça para receber.

Mesmo recebendo R$ 12 milhões, a empresa contratada a mando de Mecias não vem prestando um bom serviço, por isso as crianças Yanomami estão morrendo, sem médicos e sem remédios.

“Mecias deveria ser responsabilizado por essas mortes. Foi ele que mandou contratar essa empresa aérea. Depois disso, nossa saúde ficou um caos. O senador fatura milhões em cima da nossa desgraça”, reclamou um parente, mordido da vida com o “baixinho da Xuxa”.

“Vamos pedir a saída dele (Mecias) e do coordenador que ele indicou para o Distrito. Enquanto ele rouba dinheiro público, nosso povo tá morrendo”, lamentou o parentizinho.

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