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Foto: Divulgação
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Vereador Professor Ribamar foi verificar a denúncia no hospital do Estado, mas não foi atendido pela Direção
NO UIRAMUTÃ

Vereador denuncia xenofobia no hospital do Estado

Venezuelana grávida não foi atendida porque “hospital era só para atender indígenas”, denuncia o Professor Ribamar

O vereador da Câmara Municipal do Uiramutã, Professor Ribamar (PDT), procurou a reportagem do site Crazy News, na manhã de hoje, dia 20, e denunciou crime de xenofobia que teria ocorrido ontem pela manhã, dentro do hospital estadual Cláudio Pereira da Silva, na sede do município.

De acordo com o vereador, uma venezuelana grávida buscou atendimento médico no hospital, na manhã de ontem, mas foi informada que lá só indígenas poderiam ser atendidos. O crime de xenofobia é caracterizado quando há sentimento de hostilidade e ódio manifestado contra estrangeiros.

“Então, o esposo da venezuelana, que é morador daqui, me procurou e fez a grave denúncia. Qualquer unidade de saúde no Brasil tem que atender a todos de forma igual, sem fazer acepção de pessoas. Isso não pode acontecer. É crime. Por isso decidi levar o caso adiante”, explicou Ribamar.

Sem receber atendimento médico no hospital do Estado, a venezuelana grávida então foi até a Unidade Básica de Saúde (UBS) José Júlio, que fica perto do hospital, onde foi consultada, medicada e removida por uma viatura do município à maternidade Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista.

“Há tempos que recebemos denúncias de mau-atendimento no hospital do Estado, aqui no Uiramutã. É um descaso com a saúde do nosso povo. E tudo acaba sobrando para o município, que hoje, na área da Saúde, faz o seu trabalho e ainda realiza o serviço de competência do Estado (Sesau) e da União (Sesai). Por isso, a Saúde municipal está sobrecarregada”, observou o vereador.

Assim que recebeu a denúncia, na manhã de hoje, o vereador Professor Ribamar foi até o hospital estadual Cláudio Pereira da Silva para conversar com a Direção, mas lá foi informado que os responsáveis estavam em reunião, por isso não poderiam atendê-lo naquele momento.

“Como representante do povo, tenho o direito assegurado por lei de fiscalizar os serviços públicos aqui no Uiramutã. Vou levar este caso adiante e cobrar providências do governo do Estado e da Secretaria de Saúde Indígena, do governo federal. O que não pode é a prefeitura arcar com toda a Saúde aqui. Não tem como. Cada um tem que fazer a sua parte”, frisou o vereador.

Há anos sem ambulância

Outra denúncia. Há mais de três anos que a Sesau não coloca ambulância no Uiramutã para fazer a remoção dos pacientes do hospital estadual Cláudio Pereira da Silva. E acaba sobrando para o município, que tem que disponibilizar suas viaturas para transportar os pacientes do hospital, que é de responsabilidade do Estado.

“Como disse. O município há tempos vem fazendo o serviço de Saúde do governo do Estado e da União, já que a Sesai também não atende a demanda de todas as comunidades indígenas do Uiramutã. É um absurdo, por isso vamos formalizar essas denúncias junto aos órgãos competentes”, avisou o vereador.

Três anos de reclusão – O crime de xenofobia está previsto na Lei Nº 9.459/97 e enquadra aqueles que possam vir a praticar, induzir e incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Além disso, quem comete xenofobia é passível a reclusão de um a três anos, e ainda pagar multa.

Espaço aberto – Na manhã de hoje, dia 20, a reportagem mandou e-mail à Secom do Palácio Senador Hélio Campos e à Assessoria de Comunicação da Sesau, mas até a publicação da matéria não deram resposta. A reportagem não conseguiu contato com a Sesai. O espaço está aberto.

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