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Foto: Divulgação
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Romano teve várias fraturas pelo corpo; Jalser mandou dá taca
CIVIL CONFIRMA:

Jalser mandou dá taca em Romano

Polícia dá detalhes da ação dos milicianos de Jalser que sequestraram Romano

O condenado e ex-presidário deputado Jalser Renier é apontado pela Polícia Civil como o mandante do crime. Os PM’s milicianos lotados no gabinete de Jalser, integrantes do esquadrão da tortura, arquitetaram o sequestro de Romano dos Anjos duas semanas antes.

As investigações dos tiras da Civil mostram detalhes assustadores de como os milicianos agiram para sequestrar e torturar o jornalista.

 

Tenente-coronel – Já na reserva, o tenente-coronel Paulo Cézar, que recebia de Jalser R$ 11.3 mil, é apontado como o principal líder da organização criminosa.

No dia do atentado, segundo os tiras, Paulo Cézar verificou as rotas que seriam usadas pelos milicianos para levar Romano até o Bom Intento, onde seria torturado e largado para morrer.

Paulo também fez uma ligação de celular perto do local onde o carro do jornalista foi encontrado, quase na mesma hora do sequestro. Em depoimento, o militar alegou que estava em um shopping. Mentira.

A juíza Graciete Sotto Mayor diz que o tenente-coronel estava perto do carro de Romano, e não no shopping.

Paulo Cezar ainda mandou seu motorista comprar fitas “silver tape”, as mesmas usadas para prender Romano e a esposa.

As investigações apontam ainda que o tenente-coronel mandou um servidor da Ale/RR monitorar a movimentação dos carros da Polícia Federal. Paulo Cezar admitiu que deu a ordem.

Naquele mês, o governador Antônio Denarium (PP) pediu à Federal que assumisse o caso.

 

Major – No dia do crime, 26 de outubro, o major PM Vilson Carlos Pereira Araújo, também miliciano, estava sem internet no celular. No dia seguinte, para monitorar o movimento, ele se conectou à torre de telefonia perto da casa do Romano.

 

Subtenente – Dias antes do atentado, o subtenente Clóvis Romero Magalhães Souza convidou outro militar para participar do sequestro ordenado por Jalser.

Na noite do sequestro, ele estava com o celular desligado. No entanto, durante a madrugada, ele pesquisou na internet: “polícia já tem descrição do veículo usado no sequestro”. Além disso, a última localização antes de desligar o aparelho era próxima à residência de outro militar suspeito.

Conforme o depoimento de uma testemunha, Clóvis costumava usar um veículo Amarok, que é um dos modelos de carro utilizados no crime.

Clóvis afirmou que trocou de celular e jogou fora o antigo aparelho, antes do sequestro, o que “demonstra o propósito de ocultação de provas”. Clóvis ainda estava aliciando outros militares para cometeram o sequestro.

No mês do sequestro, Clóvis recebeu da Assembleia Legislativa R$ 4.3 mil pelo desempenho da função, ou seja, recebeu pelo sequestro e tortura de Romano.

 

Subtenente – Nadson José Carvalho Nunes, outro miliciano, é considerado de alta periculosidade.

Nadson também usou o WhatsApp na noite do crime, 26 de outubro, em uma rede de internet Wi-fi do escritório do deputado Jalser Renier.

Ele acompanhou o depoimento da esposa de Romano na delegacia durante o registro do boletim de ocorrência.

Na noite do crime, Nadson estava o tempo todo atrás de Nattacha, acompanhando o depoimento e conversando no celular com outro militar.

“Numa clara atitude intimidatória e se comunicando com os demais investigados sobre o que a vítima falava e se os implicaria”, diz a juíza, na ordem de prisão.

No dia em que Nadson recebeu a intimação para depor sobre o caso, ele foi até a casa de Romano, tirou uma foto e enviou para ele.

O jornalista interpretou a mensagem como “clara ameaça velada” e registrou um boletim de ocorrência. Depois, o suspeito se justificou, dizendo que era amigo das vítimas e queria visitá-las, o que foi negado por elas.

 

Sargento – Gregory Thomaz Brashe Júnior, outro miliciano, trabalhava como segurança de Jalser na época do atentado.

Gregory usou o celular perto da casa de Romano várias vezes nos dias anteriores ao crime. Estava levantando informações.

Na noite do sequestro, Gregory não usou o aparelho, contudo, ele recebeu uma mensagem no grupo de segurança de Jalser, que dizia:

Éhhh… alguém da segurança do presidente aí, tem o contato ou então, tá em contato com o Romero? Preciso falar com o Romero U. U.”

Na manhã seguinte, o documento afirma que Gregory enviou uma mensagem pedindo para que o militar apagasse a mensagem.

“Ontem, antes do acontecimento [sequestro] aí… teve uma chamada com urgência… pra um dos seguranças do presidente da ALE, apaga essa mensagem lá… ow! Faz um favor!”, escreveu Gregory, na tentativa de ocultar a prova, conforme o inquérito.

No mesmo mês, Gregory recebeu da Assembleia Legislativa pelo desempenho da função militar R$ 4,3 mil.

 

Soldado – Thiago de Oliveira Cavalcante Teles, também miliciano, também usou o celular próximo à casa de Romano várias vezes, dias antes do crime. Também estava monitorando o setor.

Gregory e Thomaz fizeram contato com Thiago, na tarde do dia 26, horas antes do sequestro. Thiago recebeu mensagens de Nadson que vigiava o depoimento da esposa de Romano.

 

Ex-servidor – Luciano Benedicto Valério, também miliciano, trabalhou na Casa no período em que Jalser era presidente. Tinha dois celulares.

Luciano usou um dos aparelhos de 16 e 23 de outubro perto da casa de Romano.

“O dispositivo de rastreamento veicular do investigado, a partir do dia 21 de outubro, se conectou em torres de telefonia próximas à residência do jornalista, o que indica que estava monitorando as vítimas (Romano e a esposa)”, destaca o inquérito.

Luciano era do setor de inteligência da Casa Legislativa e aparece na lista de detetives particulares.

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